Recentemente fui questionado sobre o episódio apresentado na Bíblia (1 Samuel 15:1-3), onde Deus manda Saul matar todo um povo, homem e mulher, meninos e crianças de peito! Como um Deus amoroso manda matar crianças e bebês?
A pergunta é pertinente, uma vez que Deus diz que ama a todos e seus seguidores proclamam que ele, muito mais que amar, é o próprio amor (1 João 4:8)
Realmente é muito estranho um Deus que ama, mandar matar, mas precisamos pensar primeiro que é ele quem tem todo poder sobre a vida e portanto, qualquer morte será por ação ou permissão dele, mesmo a natural, que na verdade não existe.
Como assim? Não existe morte natural? É isso mesmo! Deus não criou o ser humano para morrer, mas para viver eternamente. A morte é um acidente de percurso, para o homem. Não uma surpresa para Deus.
Quando o homem pecou, ele introduziu a morte no mundo, na sua vida. Aquela história de “se comer da árvore, morrerá” não era brincadeira, era sério e aconteceu. Então a morte passou a fazer parte da nossa vida e é por isso que é tão difícil passar por ela, tanto para os que vão, como para os que ficam. Não fomos criados para morrer, mas para viver, a morte não é algo natural.
Nessa questão, morte, seja provocada ou não, é culpa do homem e não de Deus, ele avisou: se comer, morrerá! O salário, a paga, o preço do pecado é a morte, ainda que seja Deus quem controla o momento e a forma de nossa morte.
Mas nem tudo é choro ou tristeza, pois Deus quis acabar com o domínio da morte, e o fez.
Por mais paradoxo que possa parecer o domínio dá morte foi encerrado com a morte! Mas não foi com qualquer morte, foi com a morte do Filho de Deus. E muito mais com a ressureição dele, pois “de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos. (…) E a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos (1 Coríntios 15:20-21).
Aí sim, agora podemos ver que Deus amoroso é esse!
Esse é o Deus amoroso que envia seu Filho para morrer no lugar de pecadores como nós que o culpamos e o questionamos por que ele permite que soframos por consequência dos nossos erros.
Aí está o Deus amoroso que nos amou de tal forma que providenciou para nós a salvação das desgraças, ainda que tenhamos que sofrer por algum tempo.
Aí está o Deus amoroso que deu seu único Filho de presente para nós e exigindo apenas nossa submissão a ele pela fé.
Esse é o Deus que nos deixa sofrer para conhecermos a ele e que de graça nos dá a salvação e demonstra seu amor por pecadores que nada mereciam além do castigo eterno (Romanos 6:23).
Lucas Brizzola
10/03/2017